Escuto os gritos de fome das crianças, mas não estou em Gaza.
Escuto os gritos das mulheres sendo estupradas, mas não estou em Gaza.
Escuto as bombas explodindo nos hospitais, mas não estou em Gaza.
Escuto os miados e latidos dos animais perdidos que não sabem o que está acontecendo, mas não estou em Gaza.
Escuto os gritos, os tiros e as ordens, mas não estou em Gaza.
Sinto o cheiro de queimado, mas não estou em Gaza.
Sinto o fedor da decomposição, mas não estou em Gaza.
Escuto o choro das crianças, mas não estou em Gaza.
Escuto o choro dos pais e mães que perdem seus filhos, seus bebês... mas não estou em Gaza.
Não consigo parar de ver, de escutar, de sentir e de imaginar... e não estou em Gaza.
Mas Gaza está em mim.
Susan Blum – agosto 2025