novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Das moças namoradeiras para as velhas fofoqueiras...


Como os tempos mudam - dizia minha avó, quando eu era criança... Já não tenho mais avó, mas percebo que a fala agora é minha! Não sou avó (e nunca serei), mas sou tia-avó de um menino lindo e logo serei tia-avó de uma menininha linda.
Bom, mas o mote são as namoradeiras. Esta foto foi tirada em Antonina, cidade turística próxima de Curitiba. A tradição da namoradeira existe em várias regiões, mas uma coisa é bem comum nelas: a GRANDE maioria é de mulatas e negras, seios fartos, decotes profundos. Raras vezes são brancas e loiras. Em parte podemos retomar a História, em que as “sinhazinhas” eram proibidas de se mostrar, então pediam que suas amas ou criadas olhassem pela janela se o moço do qual elas gostavam estavam na rua. Mas também tem pessoas que acham essas namoradeiras de um preconceito enorme, como se o Brasil estivesse “exportando” turismo sexual.
Tenho uma visão mais light apesar de gostar de questionamentos (e por isso mesmo ter feito o comentário anterior aqui). Mas o que me interessa mais nesta postagem é falar da mudança dos tempos, em que sai de cena a namoradeira (moça que fica na janela observando possíveis amores – aiai não adianta, sempre serei uma romântica incurável), para as velhas mexeriqueiras que ficam atrás das portas dos apartamentos, de olhos e ouvidos atentos ao corredor dos apartamentos, dos elevadores, para saber quantas mulheres aquele sociólogo (por exemplo) trouxe para casa nos últimos meses...
Pena!!. do amor (mesmo que platônico), fomos parar na libertinagem vigiada e “fofocada” pelas velhas que um dia podem ter sido as namoradeiras na janela (ou não, daí se explicaria o olhar preconceituoso para os amores dos outros).
Eu gostaria imensamente que os namoros gostosos, possibilitando intimidades maravilhosas do muito tempo de namoro (sempre fui de namorar por anos) retornassem... hoje em dia são amores líquidos, como bem alertou ZYGMUNT BAUMAN! Efemeridades... hedonismo grotesco sem respeito pelo outro.
Bom, os tempos mudaram... e não tenho uma máquina do tempo para trazer certos hábitos saudáveis e gostosos de antigamente! Mas deixo aqui, para acompanhar a movimentação de vocês pelo meu blog, as namoradeiras na janela!


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

poetas


" Tão estranho carregar uma vida inteira

no corpo e ninguém suspeitar dos traumas ,

das quedas , dos medos , dos choros ."



[Caio Fernando Abreu]

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Por que amar é difícil?


Falar de infância e de adolescência sempre pode ser o melhor dos tempos E o pior dos tempos...
a dor e o prazer estão sempre juntos. Descobertas boas e ruins, formação da personalidade que poderá se cristalizar no futuro.
Sei de meus defeitos. Sei de meus problemas.
Lembro com nitidez assustadora quando me mijei de pavor, aos seis anos de idade. Posso sentir ainda o xixi quente escorrendo pelas pernas, os dedos presos na tampa de ferro do fogão, sinto meus olhos arregalados olhando para a porta, esperando a aparição de meu pai que já havia gritado lá de dentro...
(como isso aconteceu ficará para outro dia).
Lembro da mãe (amorosa) mas nunca com tempo pra gente, pois o pai ciumento exigia atenção quase constante.
Isso só piorou depois que ele ficou paraplégico. Eu, com 13 anos, vivendo uma situação (pra mim irreal, surreal)... ter que ficar em casa, em vez de sair com amigos (já tão incomum) para fazer massagens, ficar passando uma escova nos pés (para ativar a circulação), atender seus pedidos constantes de café, cigarro, etc..
não sei bem o que é o amor dado pra mim.. mas por causa da necessidade de aceitação de toda e qualquer criança, procurei sempre "agradar" aos outros. Achava que era dando que se recebia e ficava, sôfrega, esperando receber de volta o carinho e atenção que eu dispensei...
Claro que isso gerava uma expectativa nem sempre correspondida... e, pior, com falsas promessas ("eu sou do tipo carinhoso, vc vai receber muito carinho de mim") e eu, boba, dando cada vez mais, carinhos, atenção, presentes, massagens, fazendo o que ele queria...
Hoje sei direcionar o meu amor... amigos, família, alunos...
e recebo de volta de todos eles...
mas relacionamentos a dois, depois de tantas traições (a pior foi a última, pois ele se dizia apaixonado, que me amava, fazendo planos para o próximo semestre e em 4 meses de NOSSO namoro, já estava com outra ao mesmo tempo), não pretendo embarcar tão cedo... 
aprendi que muitos homens são falsos porque querem, outros, são indecisos e fracos, mas há os verdadeiros que dizem querer apenas um "caso" (e daí não cabem em meu "bolso", pois quero CONSTRUIR algo...)
bom, tudo isso surgiu porque eu estava lendo um blog e li que:
"passei o carnaval ao lado do novo namorado, *_sp. Foi bem legal, mas mesmo assim, não pude evitar de ter sido agressiva com ele em alguns momentos do feriado (em outros, foi tudo ótimo!). Por que? Porque é difícil receber amor, assim, na lata. O amor é uma espécie de afronta quando a gente já sofreu um bocado na vida e quando criamos uma camada de "proteção". Resumindo: é difícil abaixar a guarda, relaxar nas couraças e abrir mão da"arisquice". Afinal, o amor nos faz fortes para a vida, mas também vulneráveis ao outro. E isso dá medo. E, quando temos medo, temos agressividade. Talvez por isso a cantora Sade nos chame de Soldiers of Love (soldados do amor), verdadeiros sobrevientes." 
Ao ler isso lembrei que também dei umas "cutucadas" nele lá em Piracicaba... mas que ele também me deu "cutucadas" (e doloridas) aqui em Curitiba.
E fiquei lembrando da "fábula dos porcos-espinhos"... eu estava - mesmo com as cutucadas - querendo construir algo ao lado dele (mesmo percebendo os inúmeros defeitos dele, físicos e psicológicos).
Mas ele foi mais covarde que eu... fugiu, mentiu, traiu, enganou, e tentou colocar a culpa em mim, se fazendo de santo, que não estava com ninguém...
De todos os meus relacionamentos, este foi o mais dolorido, porque pelo menos os outros enganaram mas não negaram quando eu descobri a verdade. E pediram desculpas. Mas hoje, sabendo pela namorada dele que vão se casar, fico FELIZ!
Feliz sim! Estranho isso, mas fico feliz por ele, porque assim, quem sabe, ele pode ser feliz. E deixar de ter a fobia de relacionamento (que dizia ter) e ter menos problemas... Rezo para que isso aconteça!
Rezo para que eles sejam felizes!!
e sei... não me pergunte como - que meu amor está por aí, em alguma esquina da vida, apenas esperando que eu esbarre nele... e sei que nossos abraços serão perfeitamente encaixados, que os beijos serão maravilhosamente plenos, que as almas se reconhecerão sem a menor sombra de dúvida...
apenas tenho que continuar a dar amor (e continuar recebendo) - como está acontecendo no momento...
Tenho que agradecer aos amigos, à família, aos alunos e à vida, por tudo que estou recebendo!!
Estou realmente MUITO feliz, em poder ajudar a humanidade, como estou fazendo!
Obrigada!