novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

REAL - professor telepata!

Já recomendei este blog algumas vezes...
Hoje recomendo de novo, pois esta atividade lúdica é muito importante para o entendimento da matemática pelas pessoas.



(basta clicar em cima do título, que se abrirá nova janela)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

FICÇÃO - Natal de Cronópio

Para desejar um FELIZ NATAL a todos, 
coloco aqui um antigo conto, que está no meu livro.

Um cronópio pequenininho saiu de casa dançando trégua e catala pois estava feliz de conseguir se concentrar a ponto de fazer uma lista de natal, com presentes para todos os amigos. Passou meses nesta tarefa, não porque gostasse de Natal, mas porque gostava dos amigos e queria dar um presente especial a cada um deles. No caminho viu um homem de pulôver azul se jogando de um prédio, mas não parou para ver porque não gostava das desgraças alheias... já tinha as suas próprias desgraças como aquele dia em que tudo saiu de foco e naquele outro em que não sabia como pegar a chave na mesinha de cabeceira.  


          Foi andando rapidinho, quando viu um homem e uma  mulher jogando uma chave no bueiro. Perguntou de onde era a chave e ele respondeu que de sua casa, apontando para trás. O cronópio então se ofereceu para pegar a chave com suas mãozinhas finas, que poderiam entrar facilmente no bueiro, mas o homem e a mulher se negaram peremptoriamente!

Saiu então dali imaginando que loucura era essa de jogar a chave de casa no bueiro... como eles iriam entrar na casa depois?  Mas também esqueceu logo o ocorrido, pois tinha compras a fazer... e continuou caminhando... passou por ele um carro com uma máquina de matar formigas e o cronópio ficou imaginando para quem poderia dar um presente como esse...  pensando nisso quase tropeçou em cima  de um fama que recolhia de forma afoita algumas moedinhas que haviam caído de seu bolso. O fama as contava e recontava para se certificar de que não faltava nenhuma!

O cronópio entrou então em uma loja e viu pela tv um enorme engarrafamento na auto-pista. Imaginou como as pessoas teriam relacionamentos diferentes nesta “cidade” estranha, construída de carros, e foi logo entrando em outra loja, pois a que estava começou a ficar tumultuada para verem o engarrafamento nas tvs ligadas.

Em sua lista estavam lenços para um amigo fama, um novo novelo para o Minotauro, um suéter para um amigo suicida, bombons para Circe, o jogo da serpente (de Pedro Gonzalez) para Morelli, uma caracol fêmea para Osvaldo, um vidro que deixava as moscas passarem para ele mesmo (pois sempre ficava penalizado com as coitadinhas...), enfim... vários e vários presentes...


Quando finalmente conseguiu achar uma loja, que milagrosamente estava mais vazia, o cronópio levou sua mão ao bolso para pegar a lista, mas, para sua surpresa, em seu lugar estava a chave de casa.... novo desespero de cronópio.... e nesse instante, como que solidárias com a angústia do pequenino, começa o esmagamento das gotas!  


sábado, 10 de dezembro de 2011

REAL - ficção - Menina curiosa

Observo a menininha no açougue com o pai.
Ela devia ter uns cinco anos, e seus olhinhos negros de jabuticaba brilhante observavam com sede o mundo ao redor.
Sua língua, não menos curiosa, aproveitava a sabedoria do pai:

- Pai, o que é isso? - seu dedinho apontando para um pedaço de carne esbranquiçada dentro da vitrine de carnificina.

O pai olha rapidamente enquanto está escolhendo a carne do churrasco com o açougueiro:

- Língua de vaca.

A menininha, colocando sua própria linguinha para fora, pensa um pouco e pergunta de novo:

- Pai. Por que a língua de vaca é tão grande?

- Porque a vaca é grande - responde o pai apressado, olhando outras carnes.

- E por que a vaca é grande?

- Porque Deus fez ela assim.

- E por que Deus fez a vaca grande?

- Porque ele quis!

- E por que ele quis?

O pai, sem mais respostas possíveis, olha para a filha com um suspiro longo e recita a frase tão comum nestes casos de desesperada ignorância, com certa impaciência:

- Você sabia que de curiosidade morreu um gato?

Uns segundos de silêncio permitem que a garotinha observe com atenção o pai quase exasperado. Então sua voz sai límpida, inocente e curiosa:

- O que o gato queria saber?

Gostou desta minha lembrança da infância?

Talvez você também goste de:

Todos têm gatos.

ou desse: http://novelosnadaexemplares.blogspot.com.br/2014/10/real-logica-infantil.html

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

REAL - ouvidos abertos, olhos fechados

Ouvidos à espreita

Nos ônibus a gente escuta de tudo... mas de tudo mesmo!!!
E não tem como escapar de ficar ouvindo, pois às vezes a pessoa fala tão alto que até lá na frente do biarticulado o motorista deve escutar essa passageira do fundão.
Ela, no celular:
- pois é. Você não soube da última?
(...)
- Pois é... o Kiko morreu.
(...)
- Pois é. Estão todos bem tristes. Mas quem mais está sentindo são as crianças.

"nesta altura alguns no ônibus imaginam que quem morreu é o pai das crianças"

- Não! Foi atropelado! Na frente de casa!
(...)
- Pois é.  A Dona Vera viu tudo! O carro veio e passou por cima!

"alguns se entreolham, penalizados"

- Ele era tão novo! Tinha só cinco anos.

"a comoção fica maior dentro do ônibus! Uma criança!"  

- Não. O carro nem parou!
(...)

"a comoção vira indignação"

- Pois é. E era um carro da polícia. Deviam estar em uma emergência. Nem parou!
(...)

"a indignação aumenta. Burburinhos ... pessoas começam a comentar casos sobre a polícia que é bruta!"

- Pois é. Ela até gritou. Mas eles nem deram bola. Ou não ouviram ou fizeram de conta que não viram.
(...)

"o pessoal dentro do ônibus está tão indignado que se tivesse algum policial ali, sofreria um linchamento simbólico"

- Pois é. Uma baita de uma tristeza... as crianças não param de chorar! Mas a dona Vera resolveu a situação!

"novo silêncio para ouvir como a ' Dona Vera' resolveu a situação"

- Ah! Eles resolveram comprar outro poodle igual.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

REAL - logo será Natal... mas a morte está presente!

Não sou muito fã da época de Natal...

muita correria por presentes, falsos sorrisos, pessoas que mal se falam durante o ano se abraçam como se amassem profundamente, compras, compras, compras.
Fico feliz de não ter que participar de discussões do tipo quem vem para jantar, quem não vem, quem vai para onde, por quê? etc. E nem de fazer compras este mês.
Mas este ano está sendo diferente, pois me trouxe uma reflexão a mais.

Um amigo meu faleceu. Deixou este mundo em plena atividade como tradutor, ainda jovem. 
E nestas horas sempre me pego pensando em como será a minha morte.
Que me perdoe Bial,
mas a morte não é uma piada.
A vida é que é uma piada!

Deixar planos incompletos não é nada, perto de se viver na correria de resolver compromissos não tão importantes.
Deixar gestos e dizeres amorosos para depois porque o corre-corre do dia-a-dia com aplicação de provas, trabalhos, ônibus, etc...  não permitem isso agora, hoje.
Deixar contos inacabados, abraços só imaginados, beijos só desejados não é nada ... isso é viver?
Papai Noel eu não sei se existe... mas este velhinho, que estava sozinho, existe!

 (foto Susan Blum)
Estrelas mágicas não sei se existem... 

mas pirilampos morrendo por falta de atenção à Natureza existem!
 (foto Susan Blum)

Assim, que tal matar as saudades, matar a vontade de beijos e abraços, matar os desejos realizando-os??
Viver cada dia com intensidade absurda.
Dizer para aquela pessoinha que está em algum lugar por aí: EU TE AMO!!! (e amo mesmo!)

  (as duas fotos e filme foram feitos - coincidentemente - na data de hoje)

sábado, 3 de dezembro de 2011

REAL - blog : confissões eróticas de um professor de matemática


Adonai Sant´Anna é um professor bem diferente dos usuais.
Crítico feroz da sociedade hipócrita em que vivemos, e um educador de primeira linha, que nos diverte com seus textos ácidos sobre o ensino.
Mas dessa vez ele nos apresenta um texto poético e erótico ao mesmo tempo:


http://adonaisantanna.blogspot.com/

(imagens retiradas da internet)