novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

terça-feira, 16 de julho de 2024

Ficção - Crônica de uma manhã sonolenta

O sol desperta meus olhos, me espreguiço com as gatas e desamarroto meus sonhos, com cuidado, para revisá-los.

O aroma do café coado me transporta para as nuvens e logo lembro de ir para o quintal, capturar os raios de sol com minha meditação.
Depois coloco as roupas da insegurança de molho na coragem e estendo as toalhas da satisfação. Recolho antes da tempestade das dúvidas cair.
Faço o almoço e preparo a marmita de sempre, que deixo pendurada no portão da felicidade do reciclador que sempre recolhe meu lixo que não é lixo.
Aproveito para reciclar sentimentos, escrevo gratidões para meu pote do ano. Resgato meu caderno do esquecimento da gaveta e anoto ideias vagas de solidão.
Então me recosto na rede, aconchego-me nas gatas e ronrono esperanças para o amanhã. O coração batendo no ritmo da imprecisão.
Por fim, antes de deitar, encosto meu corpo na parede, um livro na cabeça e marco no beiral da porta o crescimento de minha alma.


(texto: Susan Blum Foto: internet)







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