novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

domingo, 20 de dezembro de 2009

REAL - colocando o preto no branco!

STRANGE FRUITS





Há anos assisti a um filme que me marcou muito. Já percebi que tenho uma ligação muito forte com os negros, pois qualquer coisa relacionada a eles me fascina muito.

Quando pequena eu tinha uma amiga “pretinha” na escola. Quando adulta, tive outra na faculdade de psicologia na PUC (única negra do curso). Na segunda faculdade mais um grande amigo negro. E tenho um irmão do coração (Mau-mau), que amo de paixão... Além disso, AMO as músicas de vocal negro (principalmente coral masculino de vozes fortes e graves). Uma de minhas músicas favoritas é Nkosi Sikelele Africa.

Hoje em dia sempre passo aos meus alunos (na faculdade) um vídeo-documentário “Olhos azuis”. Trata de uma experiência que uma professora (na época em que fez as primeiras experiências, ela era jovem e fez com alunos crianças), de idade que fazia workshops sobre preconceito. Mas a forma como ela (Jane Elliot) faz isso é que é incrível. Porém, o objetivo agora é falar do filme que vi e que me marcou.



Era um filme biográfico da cantora Billie Holiday. Nele ela canta a música Strange Fruits. Sempre gostei dessa música, mas não sabia que ela era uma referência aos negros enforcados. “Eis uma fruta/ Pra que o vento sugue/ Pra que um corvo puxe/ Pra que a chuva enrugue/ Pra que o sol resseque/ Pra que o chão degluta /Eis uma estranha/ E amarga fruta.” E também não sabia, fiquei sabendo dias atrás, que era uma composição de um professor judeu (um professor judeu do ensino médio do Bronx, em NY, Abel Meeropolum).

Enfim, apenas cito aqui tudo isso porque acabei de ver outro filme, por ser telecine nem peguei o título, mas fala dos negros aborígenes da Austrália e do preconceito que eles sofreram, junto com os mestiços.

E me pego pensando até quando existirão pessoas que se acham melhores que outros. Pessoas que pelo fato de ter mais ensino ou pelo fato de serem ricas, se acham no direito de “pisar” nos outros. Vejo o estranhamento dos meus alunos da UP ao me verem no ônibus com eles. Como se professor pegar ônibus fosse absurdo. Vejo um "sociólogo", que conheço, ter medo dos adolescentes mais pobres e não querer pegar ônibus, preferindo pegar vários táxis... e me pergunto: até quando??

Até quando seremos frutas estranhas??

Foto 1: foto anônima de um linchamento de dois negros fugitivos do cárcere (1930).

Foto 2: nome do bebê é Laren Galloway, e foi fotografado pelo fotógrafo Terry Green. Não existe muita informação sobre a criança, o que sabemos é que sua família era de New Orleans e fugiu depois do furacão Katrina.Realmente a natureza tem seus mistérios. Quem quiser ver mais fotos deste lindo garoto, que possui olhos que parecem pedras azuis, pode apreciar no site: http://terrygreen.smugmug.com/    Fonte: saberebomdemais.blogspot.com

4 comentários:

  1. Susan, assisti "Olhos azuis", com minha filha, recomendado por você num curso que fiz na Prefeitura Municipal de Curitiba. É muito impressionante a experiência feita pela professora Jane Elliot. Gostamos muito e nos fez refletir sobre muitas coisas. Obrigada pela dica.
    Gisele Maicá (professora de Língua Portuguesa da Rede Municipal - Curitiba)

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  2. Gisele. Sempre assisto este filme com meus alunos da faculdade. Mas na aula anterior faço uma dinâmica parecida... Els aprendem muito com isto. Reflexão sempre é bom, não?? Espero que a SME me chame para mais cursos!!

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  3. Essa foto é a que encerra o livro que eu comprei, Susan. É impressionante, há pessoas sorrindo...

    [Marpessa]

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