novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

domingo, 25 de setembro de 2011

FICÇÃO - Curitiba Blues (texto e imagem)


 (foto de Sergio Sade – texto de Susan Blum)

Gotas como notas de blues
Repetitivas, em tom baixo e melancólico.
A escravidão da chuva que permeia a alma.
Micro tons molhados... terceira gota... sétimo pingo...
Um lamento murmurado...
Um murmúrio macabro.
Mimos da cidade lamurienta,
macerando vontades de liberdade.

Em resposta, madurando ideias
Como um madrigal para uma Curitiba
menina-moça-mulata-mameluca malfadada pela chuva.
Que maliciosamente se infiltra, mancheias de pingos...
Maquiagem lambuzada de mel
Marmorizado azul de céu plúmbeo.
Libertando das amarras de máscaras
mudadas do politicamente correto.

Mezzosoprano, mezzotinto, mezzorima
Cidade de metades, micantes/esfumaçadas.
Rosário, migalhas de milagres, mingo de sol.
Dó, réstia de sol, mina de fábulas, sol lá, sina aqui.
Curitiba de miss, de missa, de miseráveis.
Missiva de miudezas. Modulações gotejantes.
Mofo de momentos. Mudez de mundos.
Música mutacionada em mediúnica mania curitibana.

Curitiba mimética, uma matula de estações diárias.
Meados de secos e molhados.
Sem medos ou melados, meia-noite, meio-dia
Melicanto de blues, com suas mênades e matulões.
Curitiba, de Leminski, de morcegos mordedores de histórias alheias.
De poemas e memórias. Mergulhando em melodias.
Mescla de metamorfoses ambulantes.
Enfim... Curitiba metafísica do blues.

4 comentários:

  1. Não sei se é algum erro do meu Windows, mas a página abre com fundo preto e letras em azul, o contraste é quase nenhum, dificultando a leitura... tenho que copiar em outro arquivo...

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