novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

sábado, 29 de setembro de 2012

FICÇAO - diálogo com Passeio Noturno

Participei do curso de conto com Carrascoza nestes últimos três dias (26, 27 e 28).
Dias mágicos que me levaram a picos de alegrias e choros. Intenso.
Escrever na hora, sendo apressada o tempo todo, é instigante.
Valeu a experiência.
Um dos exercícios era - depois de ter lido dois textos - escolher um deles e fazer um diálogo com o texto.
Escolhi Passeio Noturno (parte I) de Rubem Fonseca.  E saiu o que se segue (escrever na hora, em poucos minutos é um exercício muito interessante):


Remédio Noturno.
Noite escura. Meu filho não para de tossir. Preciso sair para comprar mais remédios. Essa tosse não vai parar desse jeito. Esqueço da novela rapidamente, pois meu personagem principal é meu filho. Vou rápido até a farmácia, com os poucos trocados que tenho. Remédio no saco pardo, retorno depressa.
Preocupada em logo aliviar a dor de meu filho, só percebo o carro quando escuto o som dos pneus no meio-fio no escuro da noite. Dor lancinante. Sou arremessada contra o muro de minha casa. E ainda escuto. Escuto a tosse de meu filho no meio-fio de voz que chama:
"Mãezinha, é você?"
(texto: Susan Blum. Imagem do muro: retirado da internet. Imagem do menino doente: Norman Rockwell - pintor que admiro muito.)

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