novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

FICÇÃO - Ô, Raios ! (texto Susan Blum e foto de Ari)

Ô, RAIOS!

Um estrondo fez o corpo estremecer. Ele acordou assustado, sentindo cada nervo pulando em seu corpo. Então reparou na tempestade lá fora. Raios e trovões “ribombavam” um atrás do outro, como seu coração agora.
Olhou para o relógio: três da madruga!
Virou o corpo imenso na cama, pensando em voltar a dormir. Mas a tempestade parecia fazer o prédio inteiro vibrar, não só seu corpo e coração. Tudo parecia envolto em alta energia.
Seus olhos pareciam ter vida própria, ele não conseguia fechá-los. Uma tensão pairava no ar.
Mais um forte estrondo e ele dá um pulo na cama. Literalmente. Agora está em pé ao lado dela. Resolve ir até a janela. Do 33° andar pode admirar a força da Natureza.  A potência da tempestade parece conectada a todo o prédio. Lembra que precisa solicitar ao síndico, Sr. Stein, que revise os para-raios.
Fica então observando a água como em uma cachoeira que fustiga os edifícios próximos, mais baixos. Nenhum transeunte, apenas  transientes. Cidade já vazia pelo horário, mais ainda pelo tempo. Nenhuma alma viva lá fora. Nem aqui dentro. Os choques que sente desde as pontas dos dedos dos pés e das mãos começam a incomodar de forma insistente.
Há uma frequência até nas distorções harmônicas. Seu cérebro parece letárgico, mas eletrocutado.  Como um pico de alta carga na corrente sanguínea.
Ele não se sente mais capacitado. Parece que tudo se desconjuntou. O sono entrou em curto-circuito. A luz forte explode trazendo correntes de perturbações.
A impotência toma conta e ele sente o corpo oscilando.
Estoura-se a storage.Um beep guard apita em seus ouvidos.

Com precisão, Frank  segue o caminho do raio...



(Texto: Susan Blum. Foto: Ari Lopes da Rosa - foto de setembro de 2012 - Campo Grande)

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