Ô, RAIOS!
Um estrondo fez o corpo estremecer. Ele acordou assustado,
sentindo cada nervo pulando em seu corpo. Então reparou na tempestade lá fora.
Raios e trovões “ribombavam” um atrás do outro, como seu coração agora.
Olhou para o relógio: três da madruga!
Virou o corpo imenso na cama, pensando em voltar a dormir.
Mas a tempestade parecia fazer o prédio inteiro vibrar, não só seu corpo e
coração. Tudo parecia envolto em alta energia.
Seus olhos pareciam ter vida própria, ele não conseguia
fechá-los. Uma tensão pairava no ar.
Mais um forte estrondo e ele dá um pulo na cama.
Literalmente. Agora está em pé ao lado dela. Resolve ir até a janela. Do 33° andar pode admirar a força da Natureza. A potência da tempestade parece conectada a
todo o prédio. Lembra que precisa solicitar ao síndico, Sr. Stein, que revise
os para-raios.
Fica então observando a água como em uma cachoeira que fustiga
os edifícios próximos, mais baixos. Nenhum transeunte, apenas transientes. Cidade já vazia pelo horário,
mais ainda pelo tempo. Nenhuma alma viva lá fora. Nem aqui dentro. Os choques
que sente desde as pontas dos dedos dos pés e das mãos começam a incomodar de
forma insistente.
Há uma frequência até nas distorções harmônicas. Seu cérebro
parece letárgico, mas eletrocutado. Como
um pico de alta carga na corrente sanguínea.
Ele não se sente mais capacitado. Parece que tudo se
desconjuntou. O sono entrou em curto-circuito. A luz forte explode trazendo
correntes de perturbações.
A impotência toma conta e ele sente o corpo oscilando.
Estoura-se a storage.Um beep guard apita em seus ouvidos.
Com precisão, Frank segue
o caminho do raio...
(Texto: Susan Blum. Foto: Ari Lopes da Rosa - foto de setembro de 2012 - Campo Grande)
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