Ah. Que ministro esperto! Ah. Que detetive esperto.
Um dos contos que mais me fascinaram quando adolescente foi a Carta Roubada, de Poe.
Não sei porque me lembrei dela agora, enquanto tomo mais um café delicioso no De Lucca.
Observo as pessoas ao redor. Duas mulheres que conversam sobre literatura estão na mesa do canto. Parecem espertas, pois comentam de vários autores que leram, mas também me parecem ingênuas quando percebo que trocam livros de suas autorias. Uma troca de egos repetida provavelmente diversas vezes.
Na outra mesa um homem solitário como eu finge tomar seu café enquanto ouve com atenção a conversa das duas, mexendo em seu celular o tempo todo.
Quando percebo que as duas estão se levantando para pagar, me adianto e passo pelo caixa sorrindo e agradecendo em voz alta pelo excelente café. Eles me agradecem também e nos despedimos sorrindo.
Vão atender as duas mulheres que pagam agora e só mais tarde é que vão perceber.
E farei isso de novo em outro café.
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