Um cronópio pequenininho saiu de casa dançando trégua e catala pois estava feliz de conseguir se concentrar a ponto de fazer uma lista de natal, com presentes para todos os amigos. Passou meses nesta tarefa, não porque gostasse de Natal, mas porque gostava dos amigos e queria dar um presente especial a cada um deles. No caminho viu um homem de pulôver azul se jogando de um prédio, mas não parou para ver porque não gostava das desgraças alheias... já tinha as suas próprias desgraças como aquele dia em que tudo saiu de foco e naquele outro em que não sabia como pegar a chave na mesinha de cabeceira.
Foi andando rapidinho, quando viu um homem e uma mulher jogando uma chave no bueiro. Perguntou de onde era a chave e ele respondeu que de sua casa, apontando para trás. O cronópio então se ofereceu para pegar a chave com suas mãozinhas finas, que poderiam entrar facilmente no bueiro, mas o homem e a mulher se negaram peremptoriamente!
Saiu então dali imaginando que loucura era essa de jogar a chave de casa no bueiro... como eles iriam entrar na casa depois? Mas também esqueceu logo o ocorrido, pois tinha compras a fazer... e continuou caminhando... passou por ele um carro com uma máquina de matar formigas e o cronópio ficou imaginando para quem poderia dar um presente como esse... pensando nisso quase tropeçou em cima de um fama que recolhia de forma afoita algumas moedinhas que haviam caído de seu bolso. O fama as contava e recontava para se certificar de que não faltava nenhuma!
O cronópio entrou então em uma loja e viu pela tv um enorme engarrafamento na auto-pista. Imaginou como as pessoas teriam relacionamentos diferentes nesta “cidade” estranha, construída de carros, e foi logo entrando em outra loja, pois a que estava começou a ficar tumultuada para verem o engarrafamento nas tvs ligadas.
Em sua lista estavam lenços para um amigo fama, um novo novelo para o Minotauro, um suéter para um amigo suicida, bombons para Circe, o jogo da serpente (de Pedro Gonzalez) para Morelli, uma caracol fêmea para Osvaldo, um vidro que deixava as moscas passarem para ele mesmo (pois sempre ficava penalizado com as coitadinhas...), enfim... vários e vários presentes...
Quando finalmente conseguiu achar uma loja, que milagrosamente estava mais vazia, o cronópio levou sua mão ao bolso para pegar a lista, mas, para sua surpresa, em seu lugar estava a chave de casa.... novo desespero de cronópio.... e nesse instante, como que solidárias com a angústia do pequenino, começa o esmagamento das gotas!
(publicado inicialmente no http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=853)
Foi andando rapidinho, quando viu um homem e uma mulher jogando uma chave no bueiro. Perguntou de onde era a chave e ele respondeu que de sua casa, apontando para trás. O cronópio então se ofereceu para pegar a chave com suas mãozinhas finas, que poderiam entrar facilmente no bueiro, mas o homem e a mulher se negaram peremptoriamente!
Saiu então dali imaginando que loucura era essa de jogar a chave de casa no bueiro... como eles iriam entrar na casa depois? Mas também esqueceu logo o ocorrido, pois tinha compras a fazer... e continuou caminhando... passou por ele um carro com uma máquina de matar formigas e o cronópio ficou imaginando para quem poderia dar um presente como esse... pensando nisso quase tropeçou em cima de um fama que recolhia de forma afoita algumas moedinhas que haviam caído de seu bolso. O fama as contava e recontava para se certificar de que não faltava nenhuma!
O cronópio entrou então em uma loja e viu pela tv um enorme engarrafamento na auto-pista. Imaginou como as pessoas teriam relacionamentos diferentes nesta “cidade” estranha, construída de carros, e foi logo entrando em outra loja, pois a que estava começou a ficar tumultuada para verem o engarrafamento nas tvs ligadas.
Em sua lista estavam lenços para um amigo fama, um novo novelo para o Minotauro, um suéter para um amigo suicida, bombons para Circe, o jogo da serpente (de Pedro Gonzalez) para Morelli, uma caracol fêmea para Osvaldo, um vidro que deixava as moscas passarem para ele mesmo (pois sempre ficava penalizado com as coitadinhas...), enfim... vários e vários presentes...
Quando finalmente conseguiu achar uma loja, que milagrosamente estava mais vazia, o cronópio levou sua mão ao bolso para pegar a lista, mas, para sua surpresa, em seu lugar estava a chave de casa.... novo desespero de cronópio.... e nesse instante, como que solidárias com a angústia do pequenino, começa o esmagamento das gotas!
(publicado inicialmente no http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=853)
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