Ela, uma garota de treze anos. Ele, um homem de trinta. Se encontraram por acaso na rodoviária de São Paulo. Ele, retornando de uma palestra que fez no Rio. Ela, vindo do interior de Minas para ficar na casa da ex-patroa de sua tia. Olhares trocados rapidamente, nem palavra sequer.
O acaso levou-a a ser vizinha dele. Passavam dias apenas se olhando. Ele, observando a virgindade dos gestos, a inocência da curva dos quadris, as orelhas pequenas bem feitas. Ela, admirando o olhar experiente, a fala inteligente de quando conversava com a patroa.
Um dia, aproveitando a saída da mulher, ele se aproximou do muro baixo e a chamou. Disse que havia necessidade de lhe dizer algo e pediu que ela lhe desse o ouvido. Ela, um pouco desconfiada, cedeu...
Ele, primeiro sussurrou seu nome e pequenos perdigotos umedeceram a concha, preparando-a.
Depois, sua voz, como vento aveludado, se insinuou nos labirintos de seus ouvidos, penetrando-a com as palavras eróticas nunca antes ouvidas...
Ela, extasiada com o prazer ouvido, entrou correndo na casa.No dia seguinte ela acordou assustada: o filete de sangue ainda umedecia o travesseiro...
(publicado inicialmente na revista virtual Bestiário) - basta procurar no google.
O acaso levou-a a ser vizinha dele. Passavam dias apenas se olhando. Ele, observando a virgindade dos gestos, a inocência da curva dos quadris, as orelhas pequenas bem feitas. Ela, admirando o olhar experiente, a fala inteligente de quando conversava com a patroa.
Um dia, aproveitando a saída da mulher, ele se aproximou do muro baixo e a chamou. Disse que havia necessidade de lhe dizer algo e pediu que ela lhe desse o ouvido. Ela, um pouco desconfiada, cedeu...
Ele, primeiro sussurrou seu nome e pequenos perdigotos umedeceram a concha, preparando-a.
Depois, sua voz, como vento aveludado, se insinuou nos labirintos de seus ouvidos, penetrando-a com as palavras eróticas nunca antes ouvidas...
Ela, extasiada com o prazer ouvido, entrou correndo na casa.No dia seguinte ela acordou assustada: o filete de sangue ainda umedecia o travesseiro...
(publicado inicialmente na revista virtual Bestiário) - basta procurar no google.
Li há alguns anos e volto a visualizar agora. A experiëncia da releitura, como sempre acontece na prosa boa, não é uniforme: para alguns trechos é déjà vu, para outros a sensação do novo. De linear, só a qualidade e a sensibilidade da autora.
ResponderExcluirCésar
Querido Cesar. Sempre é bom ter leitores. Mais ainda quando comentam! Você foi um dos meus primeiros leitores (mas na época, eu com 17 anos, dos meus desenhos). Lembro até hoje de um dia, eu sentada nos degraus da Igreja próxima do cursinho... tentando desenhar uma árvore, e vc sentando ao meu lado e dizendo que estava bonito. Esta força do elogio é uma mola propulsora para a possibilidade de mais criações. Vc é um dos vários anjinhos que Eles me enviaram! Obrigada!
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