Paris!
Cidade dos escritores.
Eu queria passear por todos os cantos e recantos que
Cortázar escreveu/pisou. Por onde começo?
Parece a angústia do início da escrita.
Será que vou para as ruas buscar o moteca-motoqueiro?
Ou vou
procurar o apartamento que a mocinha dos coelhinhos ficou? Ou sigo os gatos
pelas ruas, flanelando como Flanele?
Resolvo ir atrás do realmente desconhecido: o axolote!
Vou ao Jardim das Plantas, onde sei que
tem um aquário cheio
deles.
Lembro do conto de Cortázar. Essa história sempre me
arrepiou.
Perder a identidade. Ser o outro. Procuro pelo labirinto de
vidro e água e finalmente os encontro.
Lá estão eles.
Na frente do aquário vejo um gigante barbudo os observando.
Meu coração dá um salto!
Meu coração dá um salto!
É ele! Mas antes que me aproxime, ele se volta, lacônico, e
sai.
Não quero incomodá-lo como uma dessas fãs chatas que
perseguem o seu ídolo. Deixo-o em paz.
Paro então na frente do aquário e observo estas criaturas
curiosas.
Uma delas, em particular, parece me encarar.
Seus olhinhos de ouro penetram de forma fria o meu espírito.
Parece um pedido de socorro!
Não entendo este sentimento. Continuo a observar o bichinho.
Suas brânquias se movendo. O olhar dourado inquieto, suplicante.
E finalmente
compreendo.
É ele! Julio ficou ali, preso.
Preso dentro de mim...
(Texto: Susan Blum. Fotos: internet)
(Texto: Susan Blum. Fotos: internet)
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