Hoje eu deveria ter ido ao encontro do Criaturas Crônicas (um grupo de pessoas de Curitiba que marca em locais diferentes para escrever crônicas). Mas a chuva foi tão tamanha e como sei que o local por ali sempre dá enchente em dia de chuva, resolvi ficar em casa. Então tentei me imaginar lá no Supermercado (local de encontro) e escrevi uma crônica imaginária. Boa leitura.
Mercado Ama.
Pelo canto dos meus olhos observo:
o velhinho não tão conservador, com os escorridos olhos de sardinha para a senhorinha pepinosa, mas conservada, que estufava seus peitinhos de codorna.
a criança pequena estourando em mil ois para todos que a ouviam.
o solteiro desenlatando palavras frígidas para a resfriada franguinha.
o pão fresco o é em demasia e não devolve o olhar lambido da lambisgoia que está com o namorado da peixaria.
enfim, todos saem vazios com suas sacolas cheias. Só a caixa sai de mãos vazias e entra no carro do pão que gosta de coelho, ou melhor, de gata.
(Texto: Susan Blum. Imagens: internet).
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