novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

REAL - Mito de Procusto

Ainda bem que a gente vai crescendo e aprendendo a olhar com nossos próprios olhos e a pensar com nossa própria cabeça.
Se as pessoas ficassem apenas acreditando no que os pais, escola, religião, amigos, chefes e outras pessoas e instituições falam; sem pensar sobre o assunto, seríamos robozinhos inertes.
Mas somos HUMANOS.
Posso e DEVO pensar sobre as coisas. DEVO ouvir os outros pontos de vista para formar o MEU! (aconselho a leitura do texto do Dawkins sobre crenças)
Enfim, este preâmbulo é para falar do Mito de Procusto.
Quando criança, na escola, a professora contou a história e nos mostrou como é interessante sermos todos iguais: Termos os mesmos direitos, fazermos as mesmas coisas. Pois seríamos uma unidade. Uma sociedade JUSTA.
Na época, como toda criança ingênua, eu acreditei e achei isso formidável!
Hoje, sou a favor da DIVERSIDADE e do RESPEITO.
Sou mulher, branca, heterossexual, tenho inseguranças, tenho necessidades... e PRECISO acreditar (e não só acreditar, mas lutar) por um mundo mais justo.

Vamos lá. Para quem não conhece o Mito:
Procrusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Ele tinha uma cama que tinha seu exato tamanho, e "convidava" os viajantes a se deitarem. Caso fossem demasiados altos, ele amputava o excesso (pés) para ajustá-los à cama. Já os que tinham menor estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente.

Talvez vocês conheçam a imagem de Procusto:

Antes de fazer algumas reflexões sobre o que esta história nos traz, devo dizer que, "reza a lenda", Atena, a deusa da sabedoria, incomodada pelos gritos das vítimas resolveu tomar uma providência e foi falar com Procusto. Mas ficou sem palavras (pelo jeito ela não era tão sábia assim) quando ele argumentou que estava fazendo justiça, afinal sua cama nada mais fazia que acabar com as diferenças. Como ela se silenciou, ele interpretou como sinal de aprovação do que fazia e assim continuou.

Ora, já falei aqui no blog algumas vezes sobre a questão da interpretação. Interpretamos as coisas como queremos. Lemos as pessoas como desejamos. De acordo com nossas bondades ou ruindades. E o silêncio muitas vezes é visto como aprovação. Mas sei de pessoas ditas inteligentes que se silenciam perante os burros teimosos mas não significa que estão aprovando as ideias destes.

Vejamos como este mito é pernicioso no sentido de provocar a ideia de igualdade:
Uma pessoa religiosa quer que os outros "fiquem na sua cama".
Uma pessoa vegetariana quer que os outros "fiquem na sua cama".
Um homofóbico quer que os outros "fiquem na sua cama".

Espero, sinceramente, que as pessoas pelo menos parem para pensar. Que consigam ter um mínimo de empatia. Que parem de tentar adivinhar o motivo de alguém estar falando ou sentindo alguma coisa e aceitem a diversidade (não preciso ser igual a você para sermos amigos). Que sejam mais generosos. Por falar em generosidade, na primeira vez em que fui ao Rio cheguei a ver o profeta Gentileza. E garanto que ele me impressionou muito.
Gosto (por natureza) de fazer surpresinhas para variadas pessoas diferentes. Gosto de ajudar no que posso. Se alguém vê isso como interesse, sinceramente, é um problema dessa pessoa. Mas estou fazendo a minha parte: seguindo minha personalidade.
Não aceito injustiças, gosto de fazer as pessoas pensarem, PRECISO acreditar em mudanças e tento fazer o possível para provocá-las.
Caso você também pense assim, convido a visitar um blog que está tentando fazer a diferença: ADONAI SANT' ANNA
(basta clicar no nome que abre a página para o blog). Junte-se a nós.
Permita que gigantes e anões convivam pacificamente e com direitos iguais.
 

3 comentários:

  1. Para complementar, um hino: http://www.youtube.com/watch?v=yRhq-yO1KN8
    Beijocas

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    Respostas
    1. Sim... um HINO. Imagino um mundo assim.. ACREDITO em um mundo assim. QUERO um mundo assim. E estou TENTANDO fazer um mundo assim!

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