Uni, duni,
tê.
Salamê,
minguê; um sorvete colorê.
O
escolhido foi... Você!
O projétil passou zunindo pela fronte dele,
vindo da janela estilhaçada. Passou pelas folhas do vaso de samambaia e pelo
meio certinho, do peito de sua companheira.
Só houve tempo de ele virar-se assustado, e
vê-la arfar, fazer cara de louca e cair de bruços, no chão; manchando de sangue
o carpete novo, ainda por pagar.
Ele olhava para a janela quebrada e voltava
a olhar pra ela caída, como que querendo entender alguma coisa, como que
procurando fazer desesperadamente o tempo voltar atrás.
Nem correu em direção a ela, já não havia o
porquê, a bala tinha aberto um buraco enorme em suas costas, antes de ir
alojar-se quietinha na parede oposta, na moldura cinzenta do Renoir falso.
Segundos
se passaram, ate que o mundo dele viesse ao chão, que fossem enfim,
desencadeadas todas as cenas imagináveis para tal situação.
Berros, corridas nervosas a lugar nenhum,
pedidos de socorro, desespero.
Fim.
Enquanto
isso, acima do cume dos cumes; no alto dos altos; deuses meninos brincavam de
destino:
Uni, duni, tê.
Salamê, minguê; um sorvete colorê.
O escolhido foi... Você!
(Texto: Moacir - Magro - Costa. Pinturas: Renoir.)
Me avisaram desse teu post e tive que vir conferir...
ResponderExcluirUma honra imensa ver algo meu em meio a esse universo de bons textos, destoo até aqui.
Mesmo assim minha querida amiga, MUITO obrigado pela lembrança e consideração.
Um abração.
Magro, foi difícil escolher UM texto. Mas aos poucos pretendo colocar mais alguns... aos poucos. Senão não tenho chance para os meus! Um abração.
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