Pouso Leve
Para
D.
Dia 11 deste mês, eu estava (um pouco após 07:30) no
Terminal do Capão da Imbuia, na fila do Inter II. De repente uma borboleta veio
de mansinho e pousou em meu casaco azul cobalto, quase na altura do meu peito.
Percebi que algumas pessoas nas filas ao
lado repararam. Mas só vi isso pelo canto dos olhos, porque na verdade fiquei
mirando, absorvida, aquele ser incrível que havia pousado em mim.
Era a primeira vez que uma borboleta pousava e
permanecia tanto tempo. Ela abria e fechava suas asas e ali ficou até que
finalmente chegou o ônibus. Eu não queria que ela fosse esmagada pelos inúmeros
passageiros, então, para não assustá-la, coloquei de leve meu dedo indicador em
suas patinhas, para que ela voasse.
Para minha surpresa ela subiu em meu dedo. Todas as
patinhas grudadas por todo meu dedo.
E foi então que senti...
... ela vibrava. Uma vibração forte como se fosse de
um coração.
Era como se eu tivesse um coração alado pulsando em
meu dedo. E ali ficou.
Eu andando até a porta do ônibus, mexendo o dedo
para cima e para baixo, de leve.
E ela pulsando.
Quando estava para entrar, levantei mais ainda o
dedo e levemente assoprei.
Só então ela levantou voo e se foi. Mas confesso que
o leve pouso e a forte pulsação permaneceram comigo pelo resto do dia.
Foi um dia leve, com um sorriso flanando em minha
boca.
E assim eu queria a minha última crônica. A última
crônica do ano: que fosse leve, pulsante, esperançosa, alegre, e que
permanecesse com vocês, que me acompanharam durante este primeiro ano no Toda
Letra.
Que 2014 possa nos trazer mais borboletas, mais
levezas e mais surpresas boas como a que tive.
* Para completar o dia 11, ganhei da amiga Karmel um
cristal lindíssimo. Mais leveza para o dia.
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