novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

sábado, 31 de maio de 2014

REAL - as sagas dos Expressos - Transporte coletivo em Curitiba

Sábado é dia de?
Visitar minha mãe (que já deixou o andador de lado, mas ainda está com o aparelho na perna).
Então você, meu caro leitor, deve estar pensando (parênteses para o blog: quem me acompanha pelo face sabe de várias peripécias que passo com o transporte público de Curitiba e de minhas diversas reclamações pelo 156 e/ou internet): “ai ai, lá vem a Susan reclamar do Capão Raso-Santa Cândida” (aliás, agora sei o porquê destes nomes. Temos que ter uma santa e cândida paciência, pois o espaço ali sempre é raso).
Mas engana-se você, caro leitor. Hoje não vou reclamar. E daí você deve estar pensando: “uau! Finalmente a URBS após trocentas reclamações suas por telefone, e-mail, internet, etc melhorou o transporte?”
E eu direi: “caro leitor, não seja ingênuo! Ouves  estrelas decerto! CLARO que NÃO! O Transporte continua horrível!" Então vejamos, porque não estou reclamando dele do dia de hoje: pura e simplesmente fui a pé da casa da minha irmã até a minha casa. Não. Não moramos perto.
Ela mora lá para o final da sete de setembro... eu moro depois da rodoviária, antes do hospital Cajuru. É uma boa caminhada, ainda mais carregando livros (passei na livrarias Curitiba para pegar minha encomenda do “Dicionário de Semiótica” e daí já viu, né? Livros por 9,90 não resisto).
Enfim... quando saí do Shopping Curitiba vi que a fila de pessoas para fora dos tubos era tanta que... fui andando... e não vi UM expresso Santa Cândida-Capão Raso passando por mim.

MAS, se você quer ouvir reclamação, eu posso dizer que na quinta de tarde (dia 29) eu fui ver minha mãe e levar algumas coisas para ela. Depois de trabalhar a manhã toda, ir para casa para deixar um monte de material (sou professora e teve entrega de manuscritos), tomar um rápido café com leite (meu vício), pegar coisas dela no ap. dela, etc. fui pegar o ônibus. Para ir até o Estação (tubo de troca de Expresso, porque NÃO há UMA única linha que faça o caminho reto entre Capão Raso e Capão da Imbuia - coisa que reivindico faz tempo) tudo tranquilo. Chego lá e vejo que não há muita fila do Santa Cândida-Capão Raso. Isso é uma incógnita.  Fico ali esperando. Passa um, dois, três, quatro, cinco expressos que vão para a Rui Barbosa ou Campo Comprido (sempre menos Campo Comprido e sempre o Campo Comprido mais lotado – outro problema). Então... mais um, dois, três, quatro, cinco, seis expressos que vão para a Rui Barbosa ou Campo Comprido (não... não é erro de digitação que sem querer me fez repetir a frase... é isso mesmo: passaram ONZE Expressos em direção ao Centro). Então, CALMAMENTE, pego o celular e ligo 156. Primeira coisa que ouço: “no momento todos os nossos atendentes estão ocupados, você será atendido em..........” (um minuto depois a resposta: “...UM minuto”. Espero o UM minuto e finalmente uma voz HUMANA me pergunta os dados de sempre: Nome, RG, CPF, Etc... “em que posso ajudá-la?”
E eu CALMAMENTE: "gostaria de saber quando é o horário do Expresso Santa Cândida –Capão Raso pois  estou na Eufrásio Correia há meia hora e estamos entupidos (esqueci de comentar que chegou MUITA gente daqueles onze expressos, mais gente que entra no tubo pelo lado de fora) esperando o ônibus". Mais alguns minutos com a moça repetindo”espere um momento por favor.... aguarde um momento por favor... pela nossa tabela passa este Expresso de dez em dez minutos". E eu repito CALMAMENTE "Mas estou aqui há mais de meia hora, MUITA gente aqui no tubo entupido e NADA do Expresso". E ela: "a senhora gostaria de registrar uma queixa?" E eu: "CLARO que desejo!" Enquanto ela me atende rapidamente (estou sendo irônica aqui) o Expresso chega. ENTUPIDO de gente. Tentamos entrar (só entra uns 30% do pessoal). Uma senhora com um bebê de colo tenta não sufocar. Não consegue lugar para sentar. Tento me segurar e tento ajudar ela.  Digo para a atendente que finalmente o ônibus apareceu, mas que está lotado. Ela me pergunta o registro do ônibus, e eu, CALMAMENTE: “moça, estou tentando me segurar aqui, não tem como vocês verem no controle de vocês os ônibus da linha?” (sinceramente acho que eles não tem controle algum). E ela: “nos ajuda se a senhora nos passar a identificação”. Oras, ME ajuda se eles dessem um jeito nestes Expressos! Mas...OK.. respiro fundo, torço o pescoço, enxergo em um canto do ônibus. HE708. Dou a bendita identificação.
Ela anota tudo... horário, identificação, lotação, etc.. e ao final me pede: “pronto, registrei a sua queixa, a senhora poderia anotar o número do protocolo?” Agora eu realmente perco a calma. E respondo de forma mais grosseira: “Acho que a senhora NÃO entendeu a minha situação! Estou em um ônibus super-lotado, tentando ajudar uma senhora com um bebê que também está em pé, tentando me segurar, tentando respirar... COMO você quer que EU ANOTE ALGO?? Mande ao meu e-mail que vocês tem aí!”
Se ela se tocou ou não, eu não sei. Ela disse que enviaria. Até agora não recebi nada. Mas já estou acostumada com isso. Mesmo assim não  vou desistir. QUERO um transporte com mínimas condições de uso. QUERO que a população receba um mínimo de dignidade. E vou continuar reclamando sim. Seja no 156, seja pela internet, seja pelo face (e agora pelo blog). Em algum momento farão uma linha Capão Raso – Capão da Imbuia (que desafogaria e MUITO o Tubo ESTAÇÃO). Uma hora colocarão mais Expressos Centenário-Campo Comprido e também Santa Cândida-Capão Raso.

Que assim seja!
(Texto: Susan Blum. Imagens: internet.)

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