Sábado é dia de?
Visitar minha mãe (que já deixou o andador de lado, mas
ainda está com o aparelho na perna).
Então você, meu caro leitor, deve estar pensando (parênteses para o blog: quem me acompanha pelo face sabe de várias peripécias que passo com o transporte público de Curitiba e de minhas diversas reclamações pelo 156 e/ou internet): “ai ai, lá
vem a Susan reclamar do Capão Raso-Santa Cândida” (aliás, agora sei o porquê
destes nomes. Temos que ter uma santa e cândida paciência, pois o espaço ali
sempre é raso).
Mas engana-se você, caro leitor. Hoje não vou reclamar. E
daí você deve estar pensando: “uau! Finalmente a URBS após trocentas reclamações
suas por telefone, e-mail, internet, etc melhorou o transporte?”
E eu direi: “caro leitor, não seja ingênuo! Ouves estrelas decerto! CLARO que NÃO! O Transporte continua horrível!" Então
vejamos, porque não estou reclamando dele do dia de hoje: pura e simplesmente
fui a pé da casa da minha irmã até a minha casa. Não. Não moramos perto.
Ela mora lá para o final da sete de setembro... eu moro
depois da rodoviária, antes do hospital Cajuru. É uma boa caminhada, ainda mais
carregando livros (passei na livrarias Curitiba para pegar minha encomenda do “Dicionário
de Semiótica” e daí já viu, né? Livros por 9,90 não resisto).
Enfim... quando saí do Shopping Curitiba vi que a fila de pessoas para fora
dos tubos era tanta que... fui andando... e não vi UM expresso Santa Cândida-Capão
Raso passando por mim.
MAS, se você quer ouvir reclamação, eu posso dizer que na
quinta de tarde (dia 29) eu fui ver minha mãe e levar algumas coisas para ela. Depois de
trabalhar a manhã toda, ir para casa para deixar um monte de material (sou
professora e teve entrega de manuscritos), tomar um rápido café com leite (meu
vício), pegar coisas dela no ap. dela, etc. fui pegar o ônibus. Para ir até o
Estação (tubo de troca de Expresso, porque NÃO há UMA única linha que faça o caminho reto entre Capão Raso e Capão da Imbuia - coisa que reivindico faz tempo) tudo tranquilo. Chego lá e vejo que não há muita fila do Santa
Cândida-Capão Raso. Isso é uma incógnita. Fico ali esperando. Passa um, dois, três, quatro,
cinco expressos que vão para a Rui Barbosa ou Campo Comprido (sempre menos
Campo Comprido e sempre o Campo Comprido mais lotado – outro problema).
Então... mais um, dois, três, quatro, cinco, seis expressos que vão para a Rui
Barbosa ou Campo Comprido (não... não é erro de digitação que sem querer me fez
repetir a frase... é isso mesmo: passaram ONZE Expressos em direção ao Centro).
Então, CALMAMENTE, pego o celular e ligo 156. Primeira coisa que ouço: “no
momento todos os nossos atendentes estão ocupados, você será atendido
em..........” (um minuto depois a resposta: “...UM minuto”. Espero o UM minuto
e finalmente uma voz HUMANA me pergunta os dados de sempre: Nome, RG, CPF, Etc...
“em que posso ajudá-la?”
E eu CALMAMENTE: "gostaria de saber quando é o horário do
Expresso Santa Cândida –Capão Raso pois estou na Eufrásio Correia há meia hora e
estamos entupidos (esqueci de comentar que chegou MUITA gente daqueles onze expressos,
mais gente que entra no tubo pelo lado de fora) esperando o ônibus". Mais alguns
minutos com a moça repetindo”espere um momento por favor.... aguarde um momento
por favor... pela nossa tabela passa este Expresso de dez em dez minutos". E eu
repito CALMAMENTE "Mas estou aqui há mais de meia hora, MUITA gente aqui no tubo entupido e NADA do Expresso". E ela: "a senhora gostaria de registrar uma queixa?" E eu: "CLARO que desejo!" Enquanto ela me atende rapidamente (estou sendo irônica aqui) o Expresso
chega. ENTUPIDO de gente. Tentamos entrar (só entra uns 30% do pessoal). Uma
senhora com um bebê de colo tenta não sufocar. Não consegue lugar para sentar. Tento
me segurar e tento ajudar ela. Digo para
a atendente que finalmente o ônibus apareceu, mas que está lotado. Ela me
pergunta o registro do ônibus, e eu, CALMAMENTE: “moça, estou tentando me
segurar aqui, não tem como vocês verem no controle de vocês os ônibus da linha?”
(sinceramente acho que eles não tem controle algum). E ela: “nos ajuda se a
senhora nos passar a identificação”. Oras, ME ajuda se eles dessem um jeito nestes
Expressos! Mas...OK.. respiro fundo, torço o pescoço, enxergo em um canto do
ônibus. HE708. Dou a bendita identificação.
Ela anota tudo... horário, identificação, lotação, etc.. e
ao final me pede: “pronto, registrei a sua queixa, a senhora poderia anotar o
número do protocolo?” Agora eu realmente perco a calma. E respondo de forma
mais grosseira: “Acho que a senhora NÃO entendeu a minha situação! Estou em um
ônibus super-lotado, tentando ajudar uma senhora com um bebê que também está em
pé, tentando me segurar, tentando respirar... COMO você quer que EU ANOTE
ALGO?? Mande ao meu e-mail que vocês tem aí!”
Se ela se tocou ou não, eu não sei. Ela disse que enviaria.
Até agora não recebi nada. Mas já estou acostumada com isso. Mesmo assim
não vou desistir. QUERO um transporte
com mínimas condições de uso. QUERO que a população receba um mínimo de dignidade.
E vou continuar reclamando sim. Seja no 156, seja pela internet, seja pelo face (e agora pelo blog).
Em algum momento farão uma linha Capão Raso – Capão da Imbuia (que desafogaria
e MUITO o Tubo ESTAÇÃO). Uma hora colocarão mais Expressos Centenário-Campo Comprido e
também Santa Cândida-Capão Raso.
Que assim seja!
(Texto: Susan Blum. Imagens: internet.)
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